VAMOS MEXER, MISTER?
- José Dalai Rocha
- 21 de ago.
- 4 min de leitura

Leo Jardim, sem dúvida o melhor técnico do primeiro turno do Brasileiro, com mais de 30 anos de vitoriosa experiência no futebol, comete um pecadilho que vem nos tirando pontos desnecessários: não mexe a panela quando o caldo está fervendo. Volantes e zagueiros com um amarelo, voltam para a segunda etapa, absurdo. O gol de empate do Mirassol, segunda feira, foi marcado por Negueba que se aproximou da área, sempre acossado por Walace amarelado e que, por isso mesmo, não podia parar o atacante com falta, correndo o risco de expulsão. Em outros jogos, repetiu-se esse panorama: defesa azul amarelada, banco imóvel, prolongando-se a agonia.
Fora cartões, há o cansaço de alguns jogadores, mais exigidos no primeiro tempo e que, no segundo não conseguem apresentar o mesmo rendimento. O time adversário cresce, o Cruzeiro se encolhe, o banco continua imexível. Faltando 10 ou 5 minutos alguns reservas começam a aquecer pra entrar e nem tocar na bola. Isto tem nos custado caro.
Ao lado desse paradoxo surge outra dificuldade que envergonha a arbitragem brasileira: “enganos” sucessivos, sempre prejudicando o Cruzeiro no topo da tabela do Brasileiro. Flamengo e Palmeiras, os representantes do dia no privilegiado eixo Rio-São Paulo, não podem ter concorrentes “estrangeiros”. O Cruzeiro foi vergonhosamente garfado contra o CRB, o Inter, o Santos, no primeiro turno. E no inicio do segundo, contra o Mirassol, a “saga” continuou, não sendo marcado pênalti claríssimo pois o defensor deu uma manchete típica do vôlei. Não poderia haver a menor dúvida.
Os próprios jogadores do Mirassol baixaram a cabeça, decepcionados, prontos para o pior. Mas nem o árbitro nem o VAR viram a penalidade. A unanimidade dos comentaristas brasileiros apontou erro crasso da arbitragem. No pós jogo, o zagueiro Fabricio Bruno sintetizou o drama: “nos lances indefinidos que permitem opção para um lado ou outro a decisão é sempre contra nós.”
Que o árbitro não tenha visto a penalidade, é até desculpável porque está no epicentro do jogo e tem frações de segundos pra decidir. Com o VAR é crime premeditado.
O Cruzeiro formalizou protesto. Outra vez.
Sábado, 18h30 no Mineirão, vamos receber o Internacional. Tomara que desta vez a arbitragem e o VAR não tenham camisa.
BATE PAPO NO QUINTAL
1. Marcos Mineiro – sem meias palavras:
“Virou moda agora. Tomar sufoco de todo mundo! Ceará, Palmeiras, Santos, Mirassol... o que está havendo? O adversário ganha todas as bolas, a marcação do Cruzeiro começa próximo a área! Substituições tardias e sem resultado, incapacidade do técnico de mudar o jogo! Hoje (segunda-feira) o adversário colocou 2 jogadores, mudou o jogo e empatou. A coisa está malparada! E o que é pior, a insistência com certas caras que não acrescentam nada! E parece que a gatunagem vai mesmo continuar. De um jeito ou de outro, mas vai.”
Marcos, na coluna de hoje abordo esses temas. Temos de manifestar nosso inconformismo. Ai do time “estrangeiro” que ouse disputar com o eixo Rio-São Paulo. Observe que antes do Cruzeiro disputar o topo da tabela, a gatunagem não aparecia.
2. Lúcio de Castro discorda do blogueiro:
“Acho oportunismo colocar a derrota na conta da arbitragem. Cruzeiro pipocou nos jogos em casa. Não adianta fechar os olhos. Outro assunto que vc não falou: a ausência de movimentação, na janela de transferência. Alô Pedrinho coloque promoção no arroz, feijão, macarrão e sabão em pó.”
Meu caro Lucio, “pipocou” não é termo justo pra definir o Cruzeiro no jogo contra o Mirassol. Cansou, desarticulou-se, encolheu seria mais justo na minha opinião. Quanto a janela de transferência, Pedrinho ouviu seus conselhos, fez promoção e trouxe o atacante Luiz Sinisterra, de 26 anos, ponta da seleção colombiana. Vinha jogando pelo Bournemouth da Inglaterra. Primeiro por empréstimo, com possibilidade de compra futura. Daqui a uns dias, nome no BID e estreia. Que não demore, por favor.
3. Fabio, recordista mundial – O ex-goleiro inglês Peter Shilton enviou saudações a Fabio que lhe tomou o recorde mundial de jogos profissionais. Peter mantinha o título há 28 anos e classificou de “brilhante” a conquista de Fabio.
4. Jamilton lamenta os sucessivos “enganos” da arbitragem, sempre prejudicando o Cruzeiro e externa seu desejo:
“que a arbitragem não penda pra nenhum lado. Seja neutra.”
Jamilton, este é o ideal para o futebol. Mas enquanto houver privilegiados no campeonato nacional e o feudo atleticano na FMF, essa miragem continua distante.
5. João de Deus Filho é, possivelmente, o único brasileiro torcedor de futebol que não vê erros de arbitragem contra o Cruzeiro. Mas comete um sincericídio: admite que a acústica da Arena MRV melhorou pois as vaias da torcida foram ouvidas até fora do bairro Califórnia.
Pra dar uma melhorada na moral atleticana, principalmente por causa do jogo de hoje, João de Deus alfineta:
“Estamos vaiando nosso time na nossa casa. Ruim é pensar que BH tem três times de futebol e só dois tem casa.”
6. Roberto Cardoso de Souza, após análise dos crônicos problemas de arbitragem lança interessante ideia:
“O único esporte com árbitro único é o futebol. Os outros, sempre têm dois ou até mais de dois. Até o futsal acabou com árbitro único. Porque o futebol não pode ter dois árbitros?”
Meu caro Roberto, a sugestão é intrigante e merece uma experiência prática pra conferir seu funcionamento. Enquanto isto, ficaria mais tranquilo se houvesse punição rigorosa, expressa e pública pra erros palmares, principalmente do VAR.
7. Laudemir, o Gari Azul – tem este título a coluna de Gustavo Nolasco, ontem, no Estado de Minas. É pra ser colocada em quadro. O gari Laudemir de Souza Fernandes, estupidamente assassinado por um “empresário” com pressa de chegar à academia pra aprimorar seu físico, era cruzeirense-raiz. Apaixonado. Como gostaria que o criminoso - merecidamente recolhido ao CERESP da Gameleira, em prisão preventiva decretada - fosse obrigado a ler esta crônica, em voz alta, todo dia, durante uma semana pelo menos.
GARIMPO
“O maior pecado para com nossos semelhantes, não é odiá-los mas, sim, trata-los com indiferença; é a essência da desumanidade.”
(George Bernard Shaw)
Bom dia caros amigos.
Também gostaria de apenas citar o caso da morte cruel do trabalhador de limpeza urbana, o Laudemir de Souza Fernandes, assassinado friamente por um imbecil, um ogro que se achou no direito de tirar a vida de um homem trabalhador, pai de família que estava na luta para garantir o pão de cada dia para sua família. Nossa sociedade se mostra cada dia mais doente, sem empatia. Li o texto do Gustavo Nolasco, como sugeriu o Dalai, muito emocionante sua homenagem ao gari ligando ele a sua paixão celeste. Cada palavra eu via Laudemir no meio da multidão azul, num mundo justo onde ele estava ali, festejando a vida, a glória do nosso time Azul. Que…
Bom dia.
Depois de uma vitória do Galo, que vale a classificaçao prá próxima fase da Sulamericana, o comentário que faço fica restrito ao último parágrafo da coluna.
A morte do gari azul é um grande exemplo da desumanidade que tá tomando conta desse mundo.
Um imbecil, que nao pode de forma alguma ser chamado de ser humano, tira a vida de um cara que tava trabalhando sem qualquer motivo aparente.
E depois, como se nao tivesse acontecido nada, vai prá academia malhar.
Esse negócio de nao desejar mal aos outros é relativo.
Porque eu hoje desejo que esse cara passe o resto da vida numa cadeia, sofrendo tudo de ruim que ele puder sofrer naquele ambiente.
Tomara que essa…
Caro Dalai,
parabéns pelo novo espaço e layout das colunas, que estão mais agradáveis visualmente!
Em relação ao penâlti não marcado no jogo com o Mirassol, permito-me uma correção, pois foi no início do primeiro tempo e não do segundo, situação que agrava ainda mais o erro!
Um grande abraço!