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SÁBADO, HABEMUS TIME?

  • Foto do escritor: José Dalai Rocha
    José Dalai Rocha
  • 20 de mar.
  • 5 min de leitura

Finalmente, pós treinos-fechados, a Nação Azul verá o time que Leo Jardim está moldando pouco a pouco pra estrear no Brasileiro. Desta vez com torcida e transmissão, vamos encarar jogo-treino contra o Bragantino no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança. Quais serão os nossos 11? Villalba na lateral? Kaio Jorge ganhando vaga no ataque? E o meio campo terá Wallace tomando vaga de quem?


Jornalistas que cobrem a Toca salientam a reserva com que os portugueses trabalham na preparação dos atletas. Objetividade. Impressões e emoções contidas. Muito trabalho, poucos vazamentos. Pra felicidade geral no mundo azul, parece que o modo língua-solta  foi desligado após tanto estrago. A paz voltou à Toca. Em boa hora. Sem harmonia é impossível dar passos à frente. Censuras ou apreciações negativas sobre pessoas integrantes do Clube devem ser feitas reservadamente, com o próprio alvo. Em público, elas condenam mais o censor que o censurado.


Em coletiva, quarta-feira, Leo Jardim não fugiu de perguntas e resumiu com uma palavra o que está exigindo dos jogadores: entrega. Não precisa mais.

Basicamente, a torcida espera o sonho de ver sábado, às 18h30 em Bragança Paulista, um time organizado na defesa, meio e ataque. Combativo. Jogando pra frente. Adeus, tricô na meiuca.


Jogadores de futebol em treino
Gustavo Aleixo/Cruzeiro/Flickr

BATE PAPO NO QUINTAL


1. Sada-Cruzeiro incrível! No UTC, em Uberlândia, decidindo o Campeonato Sul-Americano de clubes, o Cruzeiro perdeu o primeiro set, foi massacrado no terceiro e ainda viu o Praia Clube ter 8 match points no quarto. Leia-se, o Praia teve 8 saques na mão, pra levar o título.

Contra todos os prognósticos, a torcida praiana em êxtase, o Cruzeiro conseguiu controlar a pressão, levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Conquistou o Sul-Americano de clubes pela 11ª. vez.

Na temporada, o time comandado por Felipe Ferraz venceu o Mineiro, Supercopa do Brasil, Mundial de Clubes e, agora, o Sul-Americano.


2. Roberto Cardoso de Sousa dá a dica para o próximo Garimpo Musical:

“Tira o seu sorriso do caminho

Que eu quero passar com a minha dor.”

Meu caro Roberto, aprovei de imediato a sua colaboração, mas o nosso Grupo Sensor é rigoroso. Vetou porque o sorriso dos atleticanos é “amarelo”. Nesta cor não vale.

Pra compensar, no Garimpo de hoje, Shakespeare homenageia exatamente esse sorriso “meia boca” que surgiu na conquista do Mineiro.


3. Fala Sério! nos desculpe a sugestão, mas não seria melhor trocar o ponto de exclamação do codinome pelo de interrogação? Certo seria Fala Sério?

Pra justificar o estranho termo “relativo insucesso” ao se referir às perdas da Copa do Brasil e da Libertadores, ele “explica”:


“O Atlético jogou a temporada do ano passado algumas vezes sem ter sequer jogadores suficientes para compor na íntegra o banco de reservas. Ainda assim conseguiu chegar às duas finais das Copas: Libertadores e Brasil. Então, chegar à final de uma Copa do Brasil e perder para o clube que atualmente é o mais rico do Brasil, com elenco mais caro entre todos os concorrentes, é um insucesso relativo, pois conseguimos avançar até a final do torneio…”


Só isto? Você descreveria um tsunami como uma marola? Perder foi o de menos, meu caro Fala Sério. O triste, o vergonhoso, foi perder como perderam: Na própria casa superlotada, ganhando de véspera, mas entregando no jogo, tomando vareio, e depois invadindo gramado, depredando tudo, até com tentativas de homicídio. Era o primeiro título nacional disputado na Arena Meu Rival Venceu…

Não saber ganhar poderia ser um “relativo insucesso”, não fosse tudo coroado com aquele vexame, noticiado mundo afora, envergonhando o futebol brasileiro por também não saber perder.

Quanto a final da Libertadores, em Buenos Aires, contra o Botafogo, não foi vexame. Só incompetência mesmo.


4. Augusto pega carona no pensamento de Sêneca – “O tempo cura o que a razão não consegue curar” – engata uma ré e mergulha no seu passado seletivo:

“…Mas então fica em nós aquela lembrança do dia 08/12/19, o dia da glória, e o atoleiro de 2020, 21,22, lembrança que insiste em nos cutucar e aí vem aquele sorriso maroto de quem ficou muito feliz. Foi-se tudo… foi-se a fé, foi-se a faixa de “Desde 1921 na Primeira Divisão”, foi-se a soberba, a arrogância, a prepotência, mas nem tudo foi terrível para os azulinos 9.2 de Sousa, porque sempre existe um vôlei para enxugar as lágrimas derramadas com o futebol.”

Meu caro Augusto, somos ambos veteranos de guerras vitoriosas. A minha, mais antiga, é de meio século. Dezenas e dezenas de anos a gente cantava feliz nas arquibancadas: “Não ganha nada, time sofredor…”


E tome-se rosário de títulos nacionais e internacionais. Felicidade geral no mundo azul. A única reação dos atleticanos era exibir pequenos cartazes no meio de sua torcida: “Borussia”, “Bayern”, “Estudiantes”, times que nos tiraram títulos. Chegaram a fundar “consulados” desses times em BH, com frequentes trocas de camisas, etc.

Enfim, não tinham vida própria. Tornaram-se apêndice de qualquer time que vencesse o Cruzeiro.


Durou muito, este tempo de construção de nossas páginas heroicas, imortais. Sabíamos, era doloroso pra vocês. A partir de 2005, com a queda do Atlético para a Série B, fomos ao clímax da crueldade: Além de dezenas de balões com a letra B, passamos a exibir, no meio da nossa torcida, um cartaz-cicuta: “Na Série A desde 1921”. Era bisturi cutucando nervo de dente exposto. Ouvi de muitos atleticanos a confissão de que, entre todas as gozeiras, aquela era a mais insuportável.


Aí, meu caro Augusto, num motim dos deuses, o Universo decidiu conspirar contra o Cruzeiro. Instalou nas nossas entranhas primeiro um tsunami silencioso, tipo cupim. Deu um tempo pra que tudo fosse corroído e aí, completando a obra, trancou o mundo em casa, com a pandemia do Covid. Chance zero de reação.

São os nossos três anos na B.

Viu a diferença?


5. Operação Sisamnes – Está em curso, na Policia Federal, já com várias prisões, e visa acabar com um lobby criminoso atuando no Superior Tribunal de Justiça. Sisamnes, como não sabíamos, mito persa, era um juiz corrupto que vendia sentenças. Na sua punição, o rei Cambises II ordenou que fosse esfolado e sua pele utilizada pra forrar o trono do filho do juiz, que assumiria o cargo.


6. Maior de Minas? – Rômulo, J.Silvestre, Targino Azevedo e Sassá eufóricos, organizam passeata na Savassi pra comemorar resultados da  “Pesquisa InfoMoney”, colocando o Atlético em sétimo, com 4% dos torcedores do país. O Cruzeiro em 10º., com 2,7%.

A turma do “Pesquisa InfoMoney”, siamês com o GrupoMenin, pode também comprovar que Papai Noel existe e que o Saci Pererê cruza as pernas.

Incrível, a forma com que se aceita qualquer fake, mesmo aqueles que agridem realidades fulgurantes, admitidas há longos anos sem contestação.


GARIMPO


“Tudo perdemos quando o que queríamos,

Obtemos sem nenhum contentamento:

Mais vale ser a vítima destruída

Do que, por a destruir, destruir com ela

O gosto de viver.”

(Macbeth, de Shakespeare)

 
 
 

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