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JOGO EM ABERTO!

  • Foto do escritor: José Dalai Rocha
    José Dalai Rocha
  • 20 de out.
  • 8 min de leitura
Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Gustavo Aleixo/Cruzeiro

É difícil, mas não é impossível sonhar.  Faltam 10 rodadas e, como se sabe, em futebol tudo pode acontecer. Com o Flamengo 3 x 2 Palmeiras, ontem, no Maracanã, vimos o que é banco.  Entram cinco “suplentes” de cada lado e não se sabe quem é melhor.   


Há fatos que nos animam.  Com o gol marcado ontem, pelo Flamengo, Arrascaeta empatou com Kaio Jorge na artilharia do Brasileiro. Ou seja, aos trancos e barrancos, estamos chegando junto.


Chegamos agora aos 56 pontos, cinco a menos que Palmeiras e Flamengo com 61. Dói como espinho na carne lembrar que disputamos 12 pontos contra Vasco, Santos, Ceará e Sport, ganhando apenas um!


Óbvio que  também os líderes perderam alguns pontos “imperdíveis”, mas nenhum como o combo  azul.


Domingo, às 20h30,  no Allianz Parque, enfrentando o Palmeiras, podemos confirmar que, realmente, estamos à mesa, com cartas na mão.


Teremos a semana inteira pra reajustar peças, ensaiar jogadas, principalmente nos escanteios e bolas paradas. 


O Palmeiras viaja quarta-feira para o Equador, enfrentando o LDU na quinta, jogo de ida  da semifinal da Copa Libertadores.


    BATE PAPO NO QUINTAL 


1. Marcos Mineiroainda sob o  calor do  sufoco que passamos  sábado:


“Dalai, terminou nesse instante o jogo contra o Fortaleza. Estou preocupado. O Cruzeiro morreu em campo! Sem força, sem vontade, sem nada! Não fosse o Fortaleza um time de péssima qualidade, teria saído com uma vitória acachapante. O meio de campo desapareceu: não ganhou uma bola, não armou uma jogada sequer. Foi  inteiramente dominado pelo adversário. A quantidade de passes errados foi assustadora.”


Meu caro Marcos, durante o segundo tempo inteiro a gente “via” o gol de empate! Se os times vestissem camisas neutras, quem visse o jogo iria pensar que o Cruzeiro era o Fortaleza.


Lucas Silva deve ter feito a sua pior partida. De três passes tentados, errava dois, armando contra ataques. Demorou pra ser substituído. É uma das poucas falhas que se pode apontar em Leo Jardim: a demora em “sentir” o jogo. Ou esperança demais em que o ruim possa melhorar.  Ainda que veja  só piorar.


Se for publicado o scout da partida, será assustador o número de passes errados do Cruzeiro.


2. Scarpa – Nota 10 -  O nosso cotidiano geralmente é descolorido quanto a situações conflitantes, que nos exijam posicionamentos difíceis. Na vida e no futebol. Levantamos, trabalhamos, passeamos, dormimos. A rotina predomina.  Mas às vezes, inesperadamente, você tem de mostrar quem é você, atrás da pele. Aconteceu com o craque atleticano Gustavo Scarpa, no pós jogo de quarta-feira, contra o Cruzeiro, na Arena MRV.  Perguntado sobre o lance do pseudo-escanteio que gerou o gol de empate, poderia fazer como 90% de seus colegas em situações semelhantes: “não vi, não tinha um bom ângulo, estava mais afastado, etc.”


Scarpa não fugiu da raia:  “Não foi escanteio, era pra ser tiro de meta. Falei isto na hora, em campo, com jogadores cruzeirenses.”


3. Hulk e os famosos pênaltis estratégicos -  Tentando desidratar as reclamações do Cruzeiro contra a desastrosa arbitragem de Paulo Cesar Zanovelli,  os atleticanos insistem em apontar um lance de pênalti que teria sido cometido por  Villalba contra o atacante.  Foi oportuno, porque a  exaustiva repetição da jogada pela TV e em canais de YouTube como a Itatiaia, escancara a velha tática de Hulk em provocar seus “pênaltis estratégicos”.  Entrando na grande área, sentindo a chegada do zagueiro ele deixa a perna para trás procurando contato com a perna do defensor e se lança à frente cinematograficamente.


De tanto teatralizar,  ficou desmoralizado. Ninguém mais vai na onda. Nem o aloprado Zanovelli.


4. VAR – É um pouco além do absurdo norma que impeça o VAR de alertar o árbitro quando um escanteio mal marcado resulta em gol. Inimaginável que não se tenha definido, ainda, que qualquer lance irregular resultante em gol deva ser mediatamente comunicado ao árbitro.


5. “Roubaram o Cabuloso” – Na mesma linha crítica sobre o VAR,  lamenta:


“Por mais incrível que pareça o ex-árbitro FIFA  Paulo Cesar de Oliveira, comentarista da Globo, disse que  esse lance que a bola saiu tocada pelo Dudu e o  árbitro deu escanteio não é passível de revisão pelo VAR. Ou seja, mais uma burrice e imbecilidade que cerca o futebol e os imbecís que comandam o esporte não conseguem mudar.  Mas chamar o árbitro pra denunciar que Kaio Jorge fez sinal com a mão de que estavam roubando o time em campo, aí o VAR pode!”


6. Isa Noronha não alivia para o nosso centroavante:


“Kaio Jorge foi irresponsável e maldoso ao apertar a mão machucada do adversário.” 


Isa, revi o jogo algumas vezes. Abstraindo-se o exagero do defensor atleticano, que encenou como se tivesse recebido uma martelada na mão, não se pode negar que Kaio Jorge, desde o início, parecia pilhado demais. Força excessiva no embate corporal com adversários. Com 10 minutos de jogo tomou cartão amarelo. Mostrava não estar nos seus melhores dias, o que acontece com todos nós. Depois, pelas redes sociais, admitiu os erros e pediu desculpas.


7. Jamilton sintetiza o que a torcida sentiu quarta-feira, pós clássico:


“Um resultado bom, mas que daria pra gente sair com a vitória. Juiz sem critério para aplicação de cartões. No início do jogo o Atlético cometeu no mínimo duas faltas passíveis de cartão amarelo e o juizão não aplicou. Depois, optou por dar cartão a jogadores do Cruzeiro, fazendo ainda a lambança de pegar o cartão errado, dando por engano o cartão vermelho em dois momentos do jogo, mostrando total despreparo para apitar um clássico dessa magnitude.”


8. Marcos Mineiro-1 mostra a prudência que faltou aos nossos dirigentes:


“Não gosto de falar de arbitragens depois do jogo. Isso tem de ser visto antes de cada partida, por quem de direito. Não é possível aceitar juiz mineiro, em um jogo contra outro time de Minas, quando temos duras experiências em relação a arbitragens próximas da Federação Mineira de Futebol. Senão vejamos: com 10 minutos de jogo, o árbitro já havia distribuído dois cartões amarelos, sendo um para Kaio Jorge. O mesmo critério não valeu para faltas semelhantes cometidas por jogadores do Atlético (...) Fica o sentimento de que tanto para a CBF, quanto para a FMF, o Cruzeiro não pode vencer”.


Embora tenha sido critério adotado pela CBF escalar árbitros do próprio Estado em clássicos regionais, cumpria ao Cruzeiro lutar pela exceção em face de muitas e muitas provas da parcialidade atávica da FMF em se tratando de jogos do Atlético, principalmente contra o Cruzeiro.


9. Sem Vaidade, sobre o escanteio que deveria ser tiro de meta:


“Nada como um dia atrás do outro...

Campeonato Mineiro de 2019, Cruzeiro vence o Atlético e se torna campeão mineiro (pela última vez, nessa década ainda não ganhou nada!) através de um gol de escanteio inexistente. Pois é. Mas há algumas diferenças com o último jogo entre  esses clubes. Um jogo valia o título; o outro jogo vale apenas pontuação no campeonato entre  dois times que não vão ganhar nem perder nada. Um time reclamou, como de direito, mas sem piti, sem acusações infundadas; A outra equipe ficou desequilibrada, esperneou, deu showzinho, ameaçou a arbitragem, enfim, deu piti e manteve o padrão  desleal de nunca aceitar o resultado de uma partida, sempre se julgando prejudicado quando o resultado não interessa, embora silencie quando é beneficiado...

Nada como um dia atrás do outro...”


Meu caro Sem Vaidade, oportuna lembrança da jogada semelhante, ocorrida em 2019, no primeiro jogo da decisão do Mineiro entre Cruzeiro e Atlético. A final foi no Independência, dia 20 de abril, terminando em 1 x 1. E o título azul. No primeiro jogo, realizado no Mineirão, aos 15 minutos do segundo tempo, na cobrança de um escanteio que deveria ser tiro de meta, Dedé desvia de cabeça e o excelente zagueiro Leo faz o segundo gol. As reclamações na época, tal como agora, esbarram num absurdo: Não cabe ao VAR interferir em lances assim.  É inconcebível que aparelhagem tão cara, manipulada por três árbitros de excelência, não possa ser usada para apontar QUALQUER ERRO CRASSO DE ARBITRAGEM QUE VENHA A  RESULTAR EM GOL. 


Só discordo de sua observação de que nesse último Cruzeiro e Atlético pelo Brasileiro  “vale apenas a pontuação entre dois times que não vão ganhar nem perder nada...”


Mas que enfoque apaixonado!  O Cruzeiro lá em cima, lutando pelo título, apesar da imensa vantagem de Palmeiras e Flamengo. O Atlético lá em embaixo, assombrado pela zona de rebaixamento. Isto não vale nada?


De último, pra encerrar, uma curiosidade: o nosso volante Lucas Romero participou dos dois jogos.


10. Conselheiro nato questiona o blogueiro:


“Dalai, não te incomoda a dificuldade que  Jardim tem pra mexer? Ele pediu reforços e eles vieram. E nada de colocar a turma. Cruzeiro virou um time previsível. Hoje te dou razão pelas críticas feitas lá atrás ao comandante.”


Incomoda muito. Vamos deixar claro o reconhecimento de que Leonardo Jardim está incluído entre os três melhores técnicos do Campeonato. Se não for o melhor, pela disparidade de investimentos feitos por Flamengo e Palmeiras. Porém, entre as grandes qualidades de Jardim não está a “mexida tática”. 


Quase sempre, após um péssimo primeiro tempo, ele volta com o mesmo time.  Nem cartões amarelos pra defensores causam mudanças no intervalo.  E já tivemos derrotas devido à inibição de um volante ou zagueiro em parar o atacante em razão do receio de um segundo amarelo.


No clássico de quarta-feira, contra o Atlético, Kaio Jorge estava visivelmente nervoso e mostrava isto em cada jogada de que participava. Com 10 minutos tomou cartão amarelo. Não pretendo ser profeta de guerra acabada, mas os nossos experts da Comissão Técnica deveriam ter avaliado essa situação no intervalo e voltar com Gabigol. Pelo psicológico do KJ,  os sinais de tempestade eram evidentes. 


11. O tempore! O mores! – A expressão de Cícero  para acusar a degradação de costumes dos latinos, poderia ser aplicada, mutatis mutandi, para retratar a comunicação social de hoje, tomando-se a novela, como tema. Na Globo, há duas semanas, o assunto  dominante era “Quem matou Odete Rotman?”,  remake de famosa novela exibida em 1989. Desta vez, com toda a sua tecnologia e abrangente audiência, a Globo chegou a promover nas grandes cidades do Brasil, sexta-feira à tarde, encontros ao vivo com telespectadores com sorteios de palpites sobre os suspeitos do crime. Transmissões esportivas reproduziam a questão, duas semanas antes, durante as partidas de futebol. Fim da novela, veio a colheita da audiência: espetaculares 29,17 pontos!


No dia 6 de janeiro de 1989,  sem streamings, IA,  Whatsapp, X, etc, o  último capítulo da primeira versão rendeu 86 pontos. 


12. Marcos Mineiro-2 arranca o pino da granada:


“Ih! E o sócio Daniel Vorcaro, heim!? A coisa está esquentando lá pros lados de Vespasiano! PCC, lavagem de dinheiro...”


A divulgação da denúncia tem o peso do jornal Estado de São Paulo. O vínculo do empresário com o Atlético começou em 2023, com o aporte de R$ 100 milhões na SAF do Clube. O valor foi ampliado em 2024, mais R$ 200 milhões, elevando sua participação para 26,9% das ações (mais de ¼) tornando-se o principal investidor individual fora do grupo dos 4 Rs (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador).


De evangélico militante em sua juventude em BH, Daniel Vorcaro deixou-se atrair pelos holofotes brilhantes da mídia, no melhor estilo Elke Batista. Negócios milionários no Brasil e no exterior expostos numa bandeja para a babação pública.  Ninguém precisava saber, mas foi divulgado: a festa de debutante da filha ficou em R$ 15 milhões.


Recentemente, o Banco Central brecou a venda de 58% do Banco Master, de propriedade de Daniel Vorcaro, ao BRB, por R$3,5 bilhões.


O Banco carrega um passivo de R$ 80 bilhões, mas tem R$ 87 em ativos. O problema é que do montante dos débitos, R$ 16 bilhões vencem este ano. 


São situações assim que atraem a absurda, inacreditável e intolerável presença de grupos criminosos, hoje infiltrados até na Faria Lima.


Torço para que a verdadeira luz interior dos Evangelhos introjetada em sua mocidade venha a prevalecer sobre o fascínio dos letreiros luminosos e a sedução dos jovens amores. 


 GARIMPO


“O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.”

(Barão de Itararé – humorista – 1895/1971)


 
 
 

6 comentários


Augusto
22 de out.

Boa tarde, prezados

Achei que nunca mais ia comentar nesse espaço que nos faz tão bem.

Afinal o CSA MG 2019 9.2 Mushuc de Souza faz parte da nosso dia a dia.

Constatar que o Dalai continua otimista nos dá também muita alegria.

Mas sinto informar que a possibilidade de título dos azulinos é a mesma do Galo cair para a série B. Ou seja, nem o CSA vai ser campeão, nem o Galo vai cair.

Mas se o Galo cair, tomara que não fique três anos seguidos no atoleiro.

Aí vai ser vexame demais.

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PORTOZEIROS
21 de out.

Dalai, brilhante e completa coluna .

Me deliciei com casa frase!


Vitória dos nossos irmãos baianos do Vitória deixaram o atlético ENCALACRADO!!


Em tempo: na Bahia somos irmãos do VITÓRIA!

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Convidado:
20 de out.

Aqui, uma coisa que tenho reparado nos últimos jogos do Arroyo


Vendo desde a estreia, aí contra o Vasco e depois vs Sport e Fortaleza, a evolução dele em voltar e recompor tá nítida viu?


Acho que o Jardim vai ajudar ele demais nisso. Contra o Fortaleza ele correu PRA CARALHO. Marcou muito.

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Sem vaidade
20 de out.

Como já previsto, minha constatação na última coluna não foi bem digerida pelo Dalai que discordou de que o último jogo entre Atlético e Cruzeiro valia "apenas a pontuação entre dois times que não vão ganhar nem perder nada".


"Que enfoque apaixonado!", disse o Dalai.


Pelo contrário, Dalai. Sem nenhuma vaidade e, sobretudo, sem nenhuma paixão, posso afirmar que o cruzeiro não vai ser campeão e o Galo não vai cair.


E o Galo não cai, não por próprios méritos, mas porque a concorrência pelas quatro últimas vagas do campeonato é feroz!


E o cruzeiro não ganha porque como admitiu o próprio Dalai, os concorrentes têm elenco mais qualificado. E o voluntarismo do elenco limitado do cruzeiro em algum momento…


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Bernardo
20 de out.

Dalai, você não sabe que tipo de contusão o zagueiro Roman tinha na mão apertada pelo Kaio Jorge.

(Nem o KJ sabia, mas sabia que ela estava contundida e por isso que apertou e foi maldoso sim.)

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Marcos
22 de out.
Respondendo a

Mas quando o jogador foi cumprimentar o juiz, não houve dor nem reclamação de qualquer espécie. O comportamento desses jogadores de futebol, tentando (e muitas vezes conseguindo) enganar juízes e o público em geral, está ficando asqueroso. O grande plroblema que a humanidade enfrenta hoje, é a falta de caráter das pessoas. E depois, vêm dirigentes reclamar, buscar punições desarrazoadas, quando deveriam lutar para melhorar e até extinguir esses graves defeitos de caráter e personalidade dos jogadores. E aí, posso incluir, também, a responsabilidade da imprensa....

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