IMENSIDÃO AZUL CELESTE
- José Dalai Rocha

- 3 de nov.
- 4 min de leitura

Detonado em suas entranhas, amarrado em casa pela pandemia mundial, o Cruzeiro agonizou por três anos. Mas não morreu. A força da Nação Azul, irrigada pelo nosso patrimônio metafisico, foi a seiva milagrosa que, contra tudo e contra todos, garantiu a vida apesar da insistência da morte em chegar.
É incrível ver este gigante hoje lá em cima, disputando com os dois super milionários do futebol brasileiro o título nacional. Flamengo e Palmeiras não precisam, mas a ajuda do apito-amigo está sempre à disposição deles.
Saiu agora a pesquisa das torcidas presentes nos estádios e foi surpreendente. Você sabe, meu corajoso leitor e valente leitora (com licença do Kfouri) que o Flamengo, jogando em qualquer cidade do Brasil, exceção de Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, terá maioria de torcedores em 90% das partidas.
Em segundo lugar, vem o Corinthians como o time que mais leva torcida aos estádios.
Mas, e em terceiro? Advinha?
Vou dar uma pista: sua média de torcedores no estádio, por partida, é de 40 mil!
Sábado, contra o Vitória, colocou 59.587 torcedores no Mineirão. Sim, aquele clube quase destruído, sobrevivente das bombas internas e da pandemia, reage e já é, de novo, o melhor fora do eixo Rio São Paulo, aquele que leva mais público aos estádios, depois dos tradicionais Flamengo e Corinthians.
Orgulho, ser cruzeirense!
BATE PAPO NO QUINTAL
1. Cruzeiro 3 x 1 Vitória – Não são novidades as surpresas que o futebol sempre nos reserva. Antes de se completar o primeiro minuto de jogo, tomamos susto com os baianos. São Cassio voltou a fazer milagres e fomos equilibrando até o gol de pênalti. Veio mais um, de Kaio Jorge, em passe magistral de Kaiki. Mas a lei do ex funcionou e Willian Oliveira nos abalou, fazendo 2 x 1. Aquele pavorzinho chato durou cinco minutos. Arroyo, chutando de direita, que não é a melhor, fez o gol da tranquilidade. No segundo tempo, apesar do domínio total, não aumentamos o placar. Mas o que interessava mesmo, já estava no bornal: 60 pontos, na classificação do Brasileiro.
2. Mirassol 0 x 0 Botafogo – Secadores azuis, que vinham dando pane há semanas, voltaram a funcionar. Dois times que ameaçam chegar perto, só deram um passinho à frente.
3. Luiz Célio – escrevendo na madrugada de sexta-feira, após a virada de 4 x 0 do Palmeiras sobre os equatorianos, classificando-se para a sensacional disputa do título da Libertadores com o Flamengo:
“Jogão de um timão! Fizeram o que precisavam fazer. A final será entre os dois melhores times do Brasil, hoje. Que orgulho saber que, no Brasileiro, o Cruzeiro disputou 12 pontos com os dois e ganhou 8!”
Boa lembrança, Luiz. No campeonato nacional, até o jogo de sábado contra o Vitória, a gente dava uma de Robin Hood: tomando dos ricos e entregando aos pobres.
4. Portozeiros confirma a coluna de hoje abordando a grandeza de nosso time:
“Antes do Cruzeiro cair para a série B era Bi campeão da Libertadores, enquanto Palmeiras e Flamengo eram apenas campeões. Ambos agora têm a chance de se tornarem tetra. Que prejuízo enorme aquela diretoria do Corona Wagner deixou. Estagnamos. Quem eram Palmeiras e Flamengo para falar que eram maiores que nós?”
Oportuna abordagem de um tema que nem sempre é lembrado. Esse crescimento absurdamente rápido de Palmeiras e Flamengo tem muito a ver, dentre outras razões, com o vácuo deixado pelo Cruzeiro, nos três anos preso à Série B.
5. Anônimo – sob o título “Foguetório na Savassi Dalai!” lembra com sarcasmo:
“Estamos há 6 anos, 6 meses e 10 dias sem títulos. Mas teremos a oportunidade de comemorar o título do Mengão na Libertadores”.
É verdade. Por circunstâncias diversas e conhecidas, o Cruzeiro está há muito tempo sem conseguir títulos nossos. Mas tivemos grandes comemorações com os inacreditáveis fracassos de nosso rival de Vespasiano. Dois são inesquecíveis: a perda, para o Flamengo, da Copa do Brasil, em plena Arena MRV e, semanas depois, a perda da Libertadores para o Botafogo, em Buenos Aires, mesmo tendo recebido um especial presente dos deuses: a expulsão de um volante do adversário, no primeiro minuto de jogo.
No futebol, a felicidade veste várias camisas.
6. Conselheiro nato relembra subsídios para a História:
“Flamengo e Palmeiras há 10 anos construindo uma dinastia. Botafogo teve um ano iluminado, mas a gerência do Textor duvidosa. Atlético-MG virou SAF, mas continua lotado de dívidas. Corinthians, São Paulo, Inter e Grêmio com grandes dificuldades.
Se o Cruzeiro tiver competência e paciência, tem potencial pra virar o 3º. elemento dessa disputa. Lembre-se: Paciência. Afinal, o Dr. como membro da chapa união viveu na pele isso, não é mesmo? Os outros clubes brasileiros têm situações muito ruins e a nossa é promissora. Precisamos aproveitar. Esse é o momento.”
Excelentes observações. Somente dois reparos: Acho que já somos o terceiro. E nunca integrei a chapa União.
7. Noite Celeste - Hoje tem. Atendendo a pedidos, começa agora mais cedo: 18h30. Confira:
8. Ainda as arbitragens - O tema não pode esfriar. Erros crassos do árbitro que resultem em gol (como dar escanteio quando o certo era tiro de meta) devem obrigar o VAR a recomendar a revisão.
9. Simulação ostensiva - Outra questão que irrita até monge beneditino. Você se lembra, antigamente, um jogador ficava estirado no gramado e o jogo era logo parado pelo árbitro para ser providenciado o socorro. Aí começaram uns e outros a inaugurar a simulação.
Neymar, ao lado de jogadas geniais, também passou a fazer teatro. E teve centenas de seguidores. Em Minas, Hulk liderou a troupe teatral. Hoje é simplesmente acintosa e vergonhosa a simulação. O jogador é atingindo no peito, de raspão, por um braço esticado do adversário, próprio da movimentação corporal, e se atira rolando no campo, simulando concussão cerebral.
Esta pantomina generalizada tem de obrigar o VAR a recomendar ao árbitro a revisão do lance, para cartão amarelo.
10. Cera nos acréscimos - Outra sugestão, desta vez para a FIFA: Definido o tempo de acréscimo, o time favorecido pelo placar começa o antijogo, seja cobrando falta, batendo lateral ou simulando contusões. É uma vergonha-explícita que se repete em quase todas as partidas. Porque não aplicar, nesse período de acréscimo, o sistema de tempo só com bola rolando, que se usa no futsal?
O que você acha? De um a cinco, que nota você dá para estas sugestões? Quero saber sua opinião.
GARIMPO
“Para limpar a água barrenta é melhor deixá-la em paz”.
(A.Watts)




Bom dia nação azul maior de Minas! Sábado passado só confirmou o óbvio: quado o jogo é em horário digno a china azul enche o estádio. O ponto negativo vai para PBH. Dia de jogo com 60 mil pessoas a prefeitura inventa de fazer obra no anel rodoviário... Abraços de 6+1 Lagoas!
Boa tarde Sr Dalai e amigos deste espaço democrático. A torcida azul realmente é demais. Agora vamos encher novamente no domingo, 09/11, contra o Fluminense, a venda de ingressos já começou. Sobre a cera que os jogadores fazem, acredito que os acréscimos dado já melhoraram em vista do que era. Antes o juiz dava 2 a 3 minutos de acréscimos, hoje já chegamos a ter 11 minutos. Isso vai do domínio da partida do juiz.
Dr. Dalai, bom dia. Ótima coluna. Realmente, a torcida sustenta o time, em campo e fora dele. É sempre bom que os jogadores e dirigentes saberem que existe um grande exército de torcedores apaixonados mandando as melhores energias todos os dias...
Quanto à sugestão de coibir a cera em campo, penso que não é muito fácil de implementar, já que muitos juízes não têm essa força toda não! Em outra oportunidade, dei outras sugestões, que transcrevo, de novo: 1) Sempre que houver uma lesão provocada conscientemente (exemplos: a lesão provocada pelo Gustavo Gómez no Wanderson e aquela outra do Fagner), o autor da lesão deveria ser suspenso pelo mesmo prazo da recuperação do lesionado; 2) o time do causad…
Bom dia, Dalai!
Excelente a sugestão de parar o tempo! No entanto, pela grade das TVs, creio que farão lobby contrário!