A GATUNAGEM VAI CONTINUAR?

Gustavo Aleixo/Cruzeiro/Flickr

Os próximos jogos do Cruzeiro, a começar com o desta noite, contra o Mirassol, vão sinalizar a necessidade ou não de medidas mais severas da diretoria junto à CBF.

Meros ofícios de protesto valem tanto quanto um canivete sem cabo que perdeu a lâmina. O caso é grave. Não é mera coincidência o fato de que os “equívocos” dos árbitros e, principalmente, do VAR, tenham começado depois que o Cruzeiro chegou ao G-3. O eixo Rio-São Paulo sentiu a ameaça e teve início o estranho movimento amorfo, incolor, imperceptível, insensível, indetectável, misterioso como seitas medievais mas sempre determinado a embaraçar quem ouse atravessar no caminho de Flamengo e Palmeiras, os senhores de hoje, no reino do Eixo.

Medida extrema seria o pedido de árbitros estrangeiros, incluindo VAR, em partidas decisivas. Ninguém deseja chegar a esse extremo, mas paciência e compreensão tem seus limites.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Arena MRV testou vaias – A acústica finalmente funcionou ontem à tarde, no campo atleticano, após a primeira vitória do Grêmio fora de Porto Alegre. O time gaúcho ainda não tinha feito três gols numa mesma partida. No pós jogo, destaque para a coragem de Junior Santos, um dos mais criticados pela torcida, mas que não fugiu da entrevista como fizeram outros companheiros. Concordou em que não fez boa apresentação mas destacou a série de contusões e as poucas oportunidades no time principal.

2. Roberto Cardoso de Sousa acerta no atacado e erra no varejo:

“A arbitragem poderá melhorar a partir do momento em que o time beneficiado por algum erro começar a reconhecer que foi beneficiado e exigir melhorias para todos os times. Apenas como exemplo e sem necessidade de polemizar: O Cruzeiro foi beneficiado contra o CRB e ninguém do time azul reconheceu isso (diversos comentaristas disseram que a penalidade perdida pelo time alagoano deveria ter voltado). Já contra o Santos, ao ser prejudicado por erro de arbitragem, os azuis botaram a boca no trombone. Enfim, qual a credibilidade de quem só enxerga os erros contra si próprio? Naturalmente, isto vale para todos os times.”

Caro Roberto, convenhamos: se a norma fosse time beneficiado por arbitragem reconhecer a invalidade do resultado, como ficariam cerca de 40% dos títulos do Atlético, como campeão mineiro? 

Quanto ao jogo com o CRB, o pênalti defendido por Cassio teve invasão de jogadores dos dois times. Nesses casos, a norma, mais do que lógica, é não repetir cobrança.

3. Juliano Damien questiona:

“Duas derrotas seguidas, em casa, de virada, para times lutando contra o rebaixamento... é impressão minha ou alguma coisa não está nos devidos conformes? Tá certo que arbitragem é problema seríssimo! Cruzeiro, quando campeão, fez margem pra não correr risco das manobras dos “homens do apito” e dos “de cima”.

Damien, como sempre, há mais coisas no ar, além dos aviões. É de estranhar que bastou o Cruzeiro alcançar o topo do Brasileiro pra se transformar em alvo frequente de “equívocos” de arbitragem, opções sempre contrarias a nós, ante dois lados opostos, razoáveis. Já estamos cansados de ver este filme no campeonato mineiro com o feudo atleticano na FMF, há décadas.

E finaliza:

"Achei coerente o posicionamento do Jaeci, de o Cruzeiro pedir árbitro estrangeiro na Copa do Brasil: os seguidos erros em clássicos dão, com sobra, margens para pensarmos em 'fatores externos'.

Por fim, deixo minhas felicitações à URT, meu Trovão Azul de volta à elite do futebol mineiro e deixo felicitações maiores ainda ao North, de Montes Claros, com méritos, campeão do Módulo II. Pra mim muito importante um representante da região na primeira divisão mineira. ”

4. Jamilton – tal como o blogueiro, antevê no clássico mineiro a final antecipada da Copa do Brasil. E acrescenta: 

“Quanto aos erros de arbitragem a gente reconhece que uma hora a balança vai pender para o nosso lado, o problema é que há tempo isso não vem acontecendo. Como disse Roberto Cardoso de Sousa, lá em Maceió na cobrança de pênaltis teve invasão do Villalba, mas também de jogador adversário.  No Mineirão, jogo de ida, a Edna não marcou pênalti claro no Kaio Jorge, também não expulsou o Pottker por aquela entrada criminosa no Fagner. ”

Jamilton, a esperança é que, diante da grita geral, a gatunagem se sinta inibida. Não é possível que diante essa sucessão de “equívocos” da arbitragem, incluindo, o que é mais lamentável, o VAR. O arbitro, em campo, decide no calor do lance. Os componentes do VAR, em sala refrigerada, vêem o lance de vários ângulos e quantas vezes quiserem. Só depois decidem entre o certo e o errado...

5. Fabio, recorde mundial – Quando entrou em campo, sábado, como goleiro do Fluminense, contra o Fortaleza, vencendo por 2 x 1, Fabio, aos 44 anos, completou 1.390 partidas de futebol. Igualou o recorde mundial que é do inglês Peter Shilton. Ele jogou três copas do mundo. Tomou o gol de mão, de Maradona.

Amanhã, quando entrar em campo, para enfrentar o América de Cali, pela Copa Sul-Americana, Fabio se transformará no goleiro recordista mundial em número de jogos profissionais.

GARIMPO

“Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância. ”

(Dalai Lama)