MAIS TREINO QUE JOGO EM BRAGANÇA
- José Dalai Rocha
- 24 de mar.
- 4 min de leitura
Somente Cassio e Fabricio Bruno jogaram o tempo todo. As alterações impedem a análise de conjunto por 90 minutos, o que teremos sábado próximo, às 18h30 no Mineirão contra o estreante Mirassol.
Por enquanto o time continua uma incógnita.
O empate em 1 x 1 confirma as dificuldades de ataque, apesar de duas bolas na trave do Bragantino. A defesa também deixa em aberto a formação titular. No geral, deixamos a desejar, o que significa mais trabalho pra Leo Jardim. No pós jogo ele lembrou que não se passa da água para o vinho em pouco tempo, mas está confiante de que na estreia no Brasileiro mostraremos mais consistência. É o que a Nação Azul espera, principalmente pela pedreira que serão os próximos jogos, destaque para o Inter, em Porto Alegre, e São Paulo no Morumbi.
Frase de Leo Jardim, na análise do jogo-treino, reforça esperanças: “cometemos erros primários”. Isto é o que vem acontecendo há muito tempo mas só a torcida enxergava. Nas simples reposições de bola, armamos mais o adversário do que nosso ataque, o que é um absurdo. Que se repete sempre.
Agora é pra valer: 18h30, sábado, Mineirão, encontro com a nossa realidade.

BATE PAPO NO QUINTAL
1. A Pesquisa – sim, com P maiúsculo. Dará origem à série. Contará a saga de dois povos que passaram a aceitar a supremacia natural de um sobre o outro, convivência quase sempre pacífica. Até que após diluvio na região do povo superior, os conscientemente inferiorizados sentiram que poderiam crescer. Passaram a fazer pesquisas. Decepcionaram-se com os resultados que ainda refletiam a situação secular.
Não desanimaram. Abandonaram as planilhas pelas quais mil entrevistados sociologicamente selecionados representam milhões. Passaram a preferir programas de pesquisas pela Internet, quando o entrevistado pode responder 10, 20 30 vezes mais.
Enfim, hoje você pode “comprovar” o que quiser, por pesquisas encomendadas.
Alheios à agressão escancarada da realidade, líderes da barraca atleticana neste minifúndio estão deitando e rolando. Alegria. Num esfuziante cordão carnavalesco, Rômulo sai à frente, dando a mão à Sassá, que estende a mão a Alejandro, deste a Marcelinho Mineiro, depois Roberto Cardoso de Sousa, Giovani José Pinto, Fala Sério e João de Deus Filho fechando o cordão.
Alegria, alegria!
Sintetizando este “nirvana suburbano”, transcrevo a tóxica mensagem de Marcelinho Mineiro:
“Tá feio demais Dalai, já falei aqui várias vezes. Primeiro, pare de criticar pesquisas que não atendem suas necessidades e verdades. Pandemia e tsunami, o retorno! Já encheu o saco até de quem não sabe ler. Culpa das derrotas do Cruzeiro é sempre de terceiros… Se você quer ser respeitado, dê-se ao respeito…”
Meus caros, pensei numa resposta histórica, científica, técnica, testemunhal com duas ou três laudas, mas Augusto Andrade sintetizou tudo em duas linhas:
“100 pesquisas, em 2 o patetiquinho na frente do Cabuloso.
Na realidade paralela de pateticanos, as outras 98 estão erradas. Kkkkkkkkkkk. Então tá. ”
Augusto, obrigado pelo inspirado resumo.
2. Targino Azevedo comenta a notícia de que Ronaldo pretende participar da SAF Corinthians se o clube decidir pela transformação. Faz análises cáusticas:
“No Cruzeiro bastou 50 contos pra ser dono de tudo, ou quem sabe, de nada…”
Targino: Pelo menos, no Cruzeiro, o presidente vendeu pra Ronaldo. No Atlético, Menin vendeu pra Menin. Sinceramente, você quer mesmo debater este tema?
3. Tsunami&Pandemia – Meus caros leitores que não suportam mais ouvir falar desta dupla: Lembram-se do Zagallo com aquele mote famoso: “Vocês vão ter de me engolir”? Mutatis mutandi é o que acontece com o blogueiro.
Vou repetir: não sei se você já se deparou com aqueles guarda-roupas antigos, abandonados num canto de porão. Quando a porta (perfeita por fora) é aberta vê-se que tudo está destruído por dentro. Gavetas e prateleiras corroídas pelo cupim.
Foi assim em 2019. Eu abri a porta do guarda-roupa, entendem?
Poderia ser um outro cruzeirense-raiz mais competente pra estar ali, naquela hora. Imerecidamente, coube a mim, sozinho – uma solidão do tamanho do mundo – dar os primeiros passos na terra arrasada. Descobrindo, pouco a pouco, que era um tsunami.
Como posso esquecer? Tudo era tragicamente real. Emergência das emergências e eu estava no comando. Sozinho. Seis anos turbulentos se seguiram na vida do Cruzeiro, hoje SAF.
As lembranças daqueles dias fundem-se com os sonhos de reconstrução. Assumimos. Se o dia tivesse 30 horas seria pouco pelo tanto de planos pra encarar a série B.
Aí veio a pandemia trancando o mundo em casa.
Vocês vão ter que me engolir.
4. Augusto – Como nada é tão ruim que não possa piorar, pega carona no bonde de Targino e, seletivo, pinça trechos de entrevista de Ronaldo abordando mazelas antigas do Cruzeiro pra concluir que nem todos os males se devem ao tsunami e à pandemia. Cita 3: ingressos para organizadas; camisas para sócios e conselheiros remunerados.
Quisera Deus, fossem estes os graves problemas do Cruzeiro.
Exageros quanto a distribuição de ingressos foram sendo reduzidos, até a extinção. Camisas para conselheiros, nunca ouvi falar antes.
Quanto aos conselheiros que, nesta categoria, assumiram funções remuneradas no Clube foram excluídos do Conselho, em um dos meus primeiros atos na presidência. Era infração claríssima ao Estatuto. Atingidos grandes amigos meus que até hoje não me concederam a graça do perdão.
Na gestão de Sergio Rodrigues, que me sucedeu, conseguiram liminar judicial pra retornar ao cargo. Por interesses políticos, o Clube preferiu não fazer defesa consistente, concordando indiretamente com o retorno de todos.
Tudo voltou como antes, menos as amizades que perdi cumprindo a lei sem privilégios.
GARIMPO
“A intuição é um recado”
(Ida Feldman)
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