DE QUEM É A CULPA?

(Por Rafael de Novaes Rocha)

Gustavo Aleixo/Cruzeiro/Reprodução

A partida entre Palmeiras x Cruzeiro segue dando pano pra manga. Principalmente pela atuação mui imparcial e correta do árbitro Rafael Klein.

O baque foi grande. Até Leonardo Jardim sentiu o impacto dos erros, colocando seu futuro no Brasil como incerto. Depender de tantos fatores externos para o resultado (arbitragem, calendário, gramado, viagens, etc.) está desanimando nosso treinador.

O futebol brasileiro, de fato, consegue ser muito desestimulante. É fato também que o Cruzeiro foi prejudicado pela arbitragem no último domingo. Mas nada disso apaga as inúmeras chances perdidas pelos nossos atacantes ao longo da partida.

A arbitragem tem se tornado um espantalho do futebol brasileiro. A causa desproporcional de todos os males; culpada por de tudo de ruim e mais um pouco.

Longe de mim defender os compententíssimos árbitros nacionais, mas vamos a um exemplo. Erros de arbitragem podem ter culpa considerável de estarmos na terceira, e não na primeira, posição. Mas não podemos nos esquecer do terrível desempenho em casa contra times muito mais fracos que o nosso (Atlético-MG, Ceará, Santos e Sport). Pontos que custaram caríssimo e que certamente ofuscariam o discurso vitimista contra a arbitragem.

Também de nada adianta ameaçar sair de campo ou fazer gestos de roubalheira. Existem inúmeras formas mais inteligentes e eficientes de se pressionar a arbitragem. Seja com um trabalho de influência nos bastidores ou com uma postura em campo de pressão constante à arbitragem, à la Abel Ferreira e seus asseclas - algo que falta em Jardim e seus comandados.

É cansativo que todas as rodadas sejam marcadas por algum erro de arbitragem grotesco. Mas é igualmente cansativa a narrativa adotada aos quatro ventos por todos os clubes brasileiros de vitimismo contra a roubalheira do sistema. Ora, quando todos são roubados, quem, afinal, é o beneficiado?

No futuro, quando olharmos em retrospecto para o Brasileirão de 2025, quem levará a culpa pelo título nos ter escapado? Será mesmo a arbitragem?

E por falar em culpado, lavo minhas mãos e me despeço desta minha participação neste minifúndio com o aviso de que o BATE PAPO fica a cargo (e culpa) exclusivo do blogueiro titular. Até a próxima!

 BATE PAPO NO QUINTAL

1. CBF faz ruim ficar pior -   Contrariando 90% dos comentaristas de arbitragem, inclusive ex-ídolos palmeirenses hoje na imprensa, como Felipe Melo, a CBF soltou nota oficial entendendo como “limpa” a atuação de Rafael Klein no jogo de domingo à noite. Oficializa a vergonha. Há décadas, o cruzeirense sabe o que é conviver, em Minas, com uma  Federação familiarmente atleticana. Agora sofre na alma o protecionismo geral que cerca Flamengo e Palmeiras nos altos escalões do futebol. Absurdo.

2. Há sinceridade nisso? -  Apesar dessa posição insustentável no caso da garfada contra o Cruzeiro, a CBF está convidando os Clubes a participarem de um Grupo para avaliação e sugestões de reforma na arbitragem brasileira. Mesmo sem colocar o mínimo de credibilidade nesses propósitos, sempre geridos por outros interesses, acho que o Cruzeiro deveria participar. Tenho uma sugestão: que o VAR seja obrigado a alertar o árbitro ante qualquer erro crasso da arbitragem que venha a resultar em gol.

3. Marcos Mineiro  tem outra, no embalo da grave lesão sofrida por Wanderson:

“a legislação esportiva precisa prever, para o causador da lesão, uma suspensão por período correspondente ao tempo de recuperação do lesionado. Com isso, nunca mais teríamos comportamentos como esse do Gomez.”

4. Conselheiro Nato faz oportuníssima pesquisa:

“Nos últimos 3 jogos fora de casa (Flamengo, Atlético e Palmeiras), o Cruzeiro levou 14 cartões  amarelos e 3 vermelhos.

Isto equivale a 20% de todos os cartões que o Cruzeiro levou no campeonato todo.

Nesses 3 jogos, o Cruzeiro sofreu 20% a mais de faltas que seus adversários (60-50) e levou praticamente o dobro de cartões (17x9), sendo 3 expulsões, uma em cada jogo.

Se eu sou dirigente, ia pra UFMG e encomendava um levantamento de todo o campeonato. Isso dá um dossiê claríssimo de como o time foi garfado e retirado da luta pelo título.  E multava jogador por cartão bobo, que não são poucos.”

Excelente levantamento.  São números que atestam haver uma predisposição na ajuda aos privilegiados do eixo Rio-São Paulo. Porém, como próprio Conselheiro Nato observa temos jogadores provocando cartões mais que ridículos.

Muito a propósito, Marcos Mineiro lembra que o Cruzeiro contratou o Gaciba, e questiona: “o que ele está fazendo lá?”. 

Boa pergunta. É inadmissível que, contando com essa luxuosa assessoria sobre arbitragem, alguns jogadores nossos façam reclamações acintosas, às vezes até desproporcionais ao eventual erro  cometido. A boa gestão cruzeirense, que tanta alegria tem dado à Nação Azul,  deve estabelecer uma espécie de punição automática para quem provoca esses cartões idiotas.

5. Portozeiros – corajoso -  defende Rafael Klein:

“Dalai, me permita discordar. Palmeiras fez um gol anulado em que não houve nada. Erros existem para todos os lados. Não precisa carregar tinta quando é só contrário a gente.”

Meu caro Portozeiros, o seu passado lhe absolve dessa escorregadela. Você continua com crédito. No gol “anulado” do Palmeiras, o árbitro já teria apitado falta quando Cassio teve a bola arrancada de sua mão. Comentaristas logo explicaram: a regra estabelece que uma fez dominada e pressionada a bola no gramado, pela mão do goleiro, ela se torna intocável.

6. Ercílio Ferreira aponta detalhe mais escandaloso ainda: o árbitro nem deu falta, no lance que em verdade era pra expulsão:

“Nunca se viu isso antes. O árbitro nem falta deu no lance.  O VAR chamou e ele fica três minutos analisando, mostrando nitidamente que não queria dar nada e, sem saída, optou por amarelo.  No lance do Fabricio, nem falta foi, e o juiz desonesto deu cartão somente para expulsar. Triste demais.”

Marcos Mineiro pergunta:

“Como é possível tantos assaltos e nenhuma providência? E como os juízes brasileiros são ruins! Aliás, eles não são ruins, são de um mau caratismo excepcional!”

Vamos continuar reclamando até que o afastamento do mau árbitro se estenda por pelo menos um ano.

7. Convidado oferece assessoria gratuita a Leo Jardim:

“Se o Gabigol não estava jogando por conta da excelente fase que vivia Kaio Jorge, chegou a hora de dar mais oportunidades pro Gabi. 

KJ caiu demais e é importante exercer a competição pela titularidade no elenco.”

8. Sem Vaidade joga água fria na fervura azul:

“E o destino, a despeito do inconformismo dos sonhadores, há tanto tempo à espera de boas notícias, vai mandando a real: o Cruzeiro não vai ganhar nada e o Atlético não vai cair.”

Vamos apostar que você está errado?

 GARIMPO

“Uma reputação é como porcelana fina: cara de se adquirir e fácil de quebrar. Portanto, ao tomar decisões éticas, se você não tem certeza se algo é certo ou errado, reflita se quer que sua decisão apareça no jornal de amanhã.”

(Peter Kiewit  - 1862/1914 – fundador da Peter Kiewit Corporation, uma das maiores empreiteiras do mundo)